Tolkien, Tarantino e os universos literários.
O universo de J.R.R. Tolkien
Autor da trilogia O senhor dos anéis e de outros tantos livros de fantasia que atraem uma legião de fãs que ultrapassam décadas, Tolkien criou talvez o universo mais conhecido e comentado da literatura mundial. Seus elfos, anões e hobbits, só para citar alguns dos personagens, estão gravados de forma tão definitiva na mente de quem leu seus livros (ou assistiu a alguma das adaptações cinematográficas) que é impossível ler alguma outra obra que também contenha tais seres e não fazer comparações.
Divulgação: O Senhor dos Anéis |
Considera-se que Tolkien tenha construído uma verdadeira mitologia que abrange todos os seus livros. Na verdade, muitos dos personagens que criou foram inspirados na mitologia nórdica, mas ele lhes deu características e história próprias. O autor foi tão detalhista e abundante em seu universo que por vezes chega a ser difícil acompanhar todas as ligações existentes. Quem quiser se aprofundar no universo tolkieniano tem no livro “Contos inacabados”, publicado pelo filho de Tolkien após a sua morte, uma excelente fonte para entender a história, a geografia, as políticas e culturas das raças que compõem o quadro de personagens do autor.
Esse não é o único caso na literatura de universo inspirado em outro. A própria obra de Tolkien serviu de inspiração para que J.K. Rowling criasse muitos dos personagens da série Harry Potter. Então, precisando de inspiração? Procure ler mitologias de diversos países, principalmente aquelas menos conhecidas, e certamente surgirão várias ideias. Mas lembre-se: é para se inspirar e não copiar.
O código Tarantino
Ainda no reino da criação mas mudando de mídia, temos no cinema um exemplo de roteirista e diretor que criou um universo que continua desafiando os fãs. Menos explícito à primeira vista do que o de Tolkien, o universo de Quentin Tarantino tornou-se conhecido como “código Tarantino” justamente porque precisa ser “desvendado”. O principal preceito desse universo é a ligação existente entre personagens de filmes diferentes e a discussão que surge em torno das inúmeras possibilidades de interpretação.
Pulp Fiction/Foto: G1 |
Muitos já devem ter visto o curta abaixo, em que Selton Mello e Seu Jorge conversam a partir da teoria defendida por Selton de que todos os roteiros de Tarantino são, na verdade, um só filme dividido em partes. Isso porque os personagens estariam todos relacionados entre si – e em alguns casos seriam, inclusive, a mesma pessoa.
Mas além da conexão entre os personagens, há outros elementos que se repetem em seus filmes e que, segundo a revista Alfa, podem ser chamados de “os mandamentos do universo de Tarantino“. São eles:
- Tratar o racismo sem meias palavras
- Buscar pérolas na boca do lixo
- Usar recursos da literatura policial
- Inspirar-se em sua própria vida
- Tirar do ostracismo seus atores preferidos
- Criar trilhas sonoras nostálgicas
- Conectar personagens em filmes diferentes
- Juntar épocas distintas
- Destacar seu fetiche por pés
- Criar marcas fictícias
- Não economizar na violência
- Colocar os personagens no banheiro
- Reescrever a história
Como pode-se ver, algumas idiossincrasias, quando bem trabalhadas, traduzem-se em estilo ou características de um universo particular do autor. Por isso, não subestime suas referências ou preferências, e crie um universo com o qual você e sua obra serão identificados.
ESCREVA HISTÓRIAS INESQUECÍVEIS
BAIXE AGORA GRATUITAMENTE A FERRAMENTA INDISPENSÁVEL PARA QUEM QUER FISGAR O LEITOR DO INÍCIO AO FIM