Como criar um personagem.
Um dos tópicos mais discutidos em criação literária é a construção de personagens, afinal eles são a principal memória que guardamos dos livros que lemos. De alguns ficamos tão íntimos que é como se fossem pessoas que conhecemos de verdade. Mas como criar personagens literários inesquecíveis? Esse é um assunto muito extenso, mas nesse artigo você vai saber como começar a desenvolver seus personagens.
Características básicas para criar um personagem
Histórias são sobre pessoas. Quanto mais seus personagens se parecerem com pessoas de verdade, mais os leitores se envolverão com eles, compartilharão seus interesses e acompanharão a história até o fim. Mas como tornar críveis esses seres da ficção? Criando personagens completos, dando-lhes
características, vivências, um passado, tudo que um ser humano real tem. A construção de um personagem inclui pensar em detalhes que nem mesmo serão mostrados na história, mas que farão toda a diferença na hora de colocá-lo em ação.
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Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes |
Saber a fundo quem é seu personagem, do que ele gosta, como ele age e reage às mais diversas situações é essencial para que suas atitudes sejam o mais realistas possível. Se não o conhece bem, se deixou lacunas na sua caracterização, além de soar superficial ao leitor você também poderá ter dúvidas na hora de decidir que tipo de comportamento seria mais condizente com sua personalidade.
A primeira coisa a fazer é definir as características básicas do personagem. Seguem algumas sugestões essenciais, mas você pode acrescentar outras que julgar necessárias:
- Aparência física
- Forma de se vestir
- Postura física
- Movimento/ritmo
- Jeito de falar
- Hobby
- Nível educacional
- Antecedentes familiares
- Ambiente social
- História pessoal
- Preferência amorosa
- Preconceitos, manias e defeitos
- Necessidades, desejos e objetivos
- Falhas
- Arrependimentos e rancores
- Características que podem arruiná-lo
- Características que podem salvá-lo
- Problemas internos e externos
Motivações do personagem
É preciso evitar a tentação de criar personagens maniqueístas. Se, por um lado, isso torna mais fácil delinear sua personalidade, por outro, o torna um tanto quanto raso, com reações e comportamentos previsíveis. Dividir os personagens em bons e maus, além de distanciá-los das pessoas de carne e osso, limita seu desenvolvimento, já que todas as suas atitudes devem seguir o “rótulo” que lhe foi dado.
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Emília, de Monteiro Lobato |
Em vez de limitar a caracterização dos personagens aos conceitos de bom e mau, prefira dotar-lhes de todas as inseguranças e contradições que assomam o ser humano. Faça-os agir não de acordo com um padrão preestabelecido, mas segundo suas
motivações. Pense nas seguintes questões:
- Como o personagem está sentindo no momento?
- Do que ele sente falta?
- O que o está incomodando?
- Ele sente vontade de mudar algo em sua vida?
- Ele percebe algo pelo qual vale a pena agir?
- É capaz de cometer algum desvio do seu comportamento usual?
- Alguma condição externa o estimula à ação?
Siga criando questionamentos sobre seu personagem e como ele responderia a eles. Para cada ponto de mudança dentro da história, repita as indagações e responda-as com novas ações. Dessa forma, o personagem enfrentará dúvidas, se verá frente a obstáculos e tomará decisões como faria uma pessoa na vida real, e não um simulacro de ser humano. Sentindo que o personagem também enfrenta contradições,
o leitor se identificará com ele e se sentirá motivado a continuar acompanhando sua trajetória.
E você, o que mais o atrai em um personagem?
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Tags: criatividade | história | literatura | livro | personagem