Começar a escrever: eis o que importa.
Para muitos o grande problema é conseguir boas ideias, já para outros o difícil mesmo é começar a escrever. Alguns passam tanto tempo planejando o que vão escrever, e como vão escrever, que passam a adiar esse momento idefinidamente. Insegurança, excesso de organização, seja qual o for o motivo, demorar-se demais para iniciar o processo pode levar àquela situação sobre a qual já ouvimos tantas vezes: “eu tenho várias ideias, só me falta por no papel”. E, afinal de contas, escritores vivem de escrever. Portanto, arregace as mangas e prepare seu editor de texto, caderninho, folha de rascunho, não importa. Nesse artigo vamos mostrar por que é importante começar a escrever.
O ótimo é inimigo do bom
Nesse início, quando você não tem nada além de ideias na cabeça, preocupar-se em fazer o melhor só vai atrapalhar. Há escritores que empacam logo na primeira palavra e, enquanto não encontram exatamente o que estão procurando, não avançam. Deixe para lapidar seu texto depois, agora é o momento de deixar as palavras jorrarem, seguir o fluxo da escrita da forma que vier e ir transformando ideias abstratas em palavras, frases e parágrafos concretos. Você terá que escrever, pelo menos, três vezes o seu texto:
- A primeira escrita é o fluxo caudaloso de ideias – escreva sem pensar para onde está indo e como vai chegar lá. Não tente domesticar seu fluxo nesse instante, pois o isso fará com que perca pontos importantes para a narrativa.
- A segunda escrita é o aprimoramento do texto – é aqui que as cenas serão melhor trabalhadas, você definirá qual ponto de vista irá trabalhar, os personagens, melhor caracterizados e a situações, melhor desenvolvidas. Nesse momento muita coisa que você escreveu no primeiro impulso poderá ser mudada ou mesmo descartada. Não se preocupe, escrever é, antes de mais nada, reescrever.
- A terceira escrita é a revisão – não falo aqui da revisão final, ortográfica, mas da revisão narrativa. O que está funcionando e o que não está. É hora de destacar partes que foram subaproveitadas e minimizar o que não contribui tanto assim para a história.
Liste apenas três escritas porque esse é o número mínimo que você deve ter em mente quando pretende fazer realmente um bom trabalho, mas só a sua experiência e o texto (já que uma vivência é diferente da outra) irão lhe dizer quantas vezes mais é necessário debruçar-se sobre a narrativa. Há autores que fazem inúmeras escritas de seus livros, até que sintam ter alcançado o que buscavam com a obra.
Dicas para começar a escrever
- Comece a escrever do ponto que quiser. Não se preocupe em começar seu texto do início, seja da história ou da narrativa (já que não necessariamente as duas são coincidentes). Se o seu impulso é escrever sobre algo que estará situado lá pela metade do livro, sem problemas. Certamente é isso que irá abrir as comportas e fazer jorrar sua criação.
- Permita-se escrever sem saber onde sua narrativa irá desembocar. Pode ser que você seja como J. K. Rowling, que já declarou ter a história de Harry Potter completamente planejada antes de escrevê-la de fato, mas pode ser que não. Há tantos autores que seguem uma espécie de “chamado” por uma história que nem mesmo eles conhecem o fim. Há os que defendem a importância de se saber exatamente como termina a história, pois só assim é possível antecipar movimentos importantes ao longo da escrita. Mas se você for impelido por uma urgência narrativa e não tiver nada disso planejado, relaxe e aproveite. Afinal, haverá a segunda, terceira e outras escritas para você preencher os possíveis buracos. A escritora norte-americana Toni Morrison, vencedora do Nobel de Literatura em 1993, no livro Women Writers at Work disse: “Sempre começo com uma ideia, ainda que enfadonha, que se torna uma pergunta para a qual não tenho a resposta”.
- Desmistifique a inspiração. Quando se diz que o trabalho se resume a 90% de transpiração e apenas 10% de inspiração, acredite! Escrever é um trabalho que exige esforço tanto quanto qualquer outro, por isso se ficar esperando seu texto surgir pronto à sua frente, isso não vai acontecer. É preciso dedicação, força de vontade e disciplina. Alguns escritores estabelecem parâmetros de trabalho e os seguem rigidamente como, por exemplo, escrever três páginas por dia ou o equivalente em palavras. Que tal criar rotinas e objetivos concretos para o trabalho de criação literária?
Esse artigo pretendeu mostrar a importância de começar a escrever imediatamente a sua história, não importa em que ponto. Então, mãos à obra?
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