O que aprendi com Mickey Mouse.
Mickey Mouse não é apenas um personagem de desenho animado de sucesso. É também uma das marcas mais reconhecidas em todo o mundo. Mas o que faz com que seja conhecido e adorado por culturas tão diferentes e mantenha-se até hoje como um personagem querido por crianças e adultos? Nesse artigo mostrarei o que aprendi com o Mickey, trazendo duas características que fizeram, e fazem, com que o camundongo mais famoso do planeta tenha se tornado um personagem inesquecível – goste você dele ou não.
Com vocês, Mickey Mouse
Criado em 1928 por Walt Disney, Mickey Mouse chamava-se Mortimer em sua origem. Por sugestão da esposa de seu criador, o simpático e bem-humorado camundongo teve seu nome alterado para Mickey, muito mais descontraído do que o original. O personagem surgiu primeiramente nas telas do cinema e só mais tarde migrou para os quadrinhos, onde construiu sua carreira de sucesso. Graças à sua instantânea popularidade, Mickey Mouse foi capaz de tirar a empresa da miséria, o que o transformou no amuleto de Disney – que conseguiu mantê-lo mesmo após sócios e empregados tentarem tirá-lo de circulação antes mesmo de 1930. Por causa disso, até 1946 a dublagem dele nas telas era feita pelo próprio Disney.
Adorável e bondoso, bem-humorado, cercado de amigos e dotado de um heroísmo com pitadas de fragilidade, este é Mickey Mouse. A partir de 1930, o personagem passou a aparecer em uma tira cômica diária, mas ganhou seu gibi em 1933. Quando foi criado, vestia calções vermelhos e sapatos amarelos mas, com o tempo, suas roupas ia sendo modificadas de acordo com o tipo de história que vivia: detetive, cowboy, inventor, aventureiro espacial, bombeiro… E isso representa a primeira característica que contribuiu para o seu sucesso duradouro: a adaptação. E não apenas adaptação no modo de se vestir, mas em outras características e comportamentos, visando sempre a uma maior adequação ao tempo atual.
Inicialmente, Mickey Mouse bebia e fumava, mas Disney percebeu que tais características poderiam atrapalhar sua popularidade em um mundo cada vez mais politicamente correto, daí que ainda na década de 1930 ele aboliu esse comportamento do personagem. Outras mudanças dizem respeito ao próprio desenho, que foi alterado para acompanhar as tendências de traço das diversas épocas. O camundongo teve o rabo e o focinho remodelados, diminuindo-os de tamanho, e até mesmo as orelhas, sua marca registrada, já foram alteradas. Adaptações do personagem a diversos tipos de enredo fazem parte da sua história de sucesso, desde histórias passadas em épocas distintas até variações nos seus companheiros e arqui-inimigos. Esquálidus, Coronel Cintra, João Bafo de Onça e Mancha Negra são alguns dos que apareciam para dividir aventuras com o camundongo.
Mickey e sua turma
Além dos personagens citados acima, Mickey conta com uma turma de amigos que podem ser encontrados frequentemente ao seu lado. MInnie Mouse, a namorada romântica; Pateta, o melhor amigo atrapalhado; Pato Donald, outro melhor amigo, esse bem nervosinho; Chiquinho e Francisquinho, os sobrinhos peraltas; Ranulfo, o chato que tenta sempre roubar sua namorada, e Horácio e Clarabela, que vez por outra aparecem em suas histórias. Essa é a segunda característica: Mickey é um personagem rodeado de amigos, através do quais conseguimos conhecê-lo melhor.
” Na ficção, a ação consiste em intercâmbios humanos. Por esse motivo, o lugar – o único lugar – para encontrar as personagens de suas histórias é a arena dos relacionamentos. É claro que é possível compor personagens solitárias ou isoladas, mas cuidado com a solidão pura e simples. Até mesmo o solilóquio de Molly Bloom, uma das personagens mais narcisistas da literatura moderna, consiste num remoer compulsivo de Molly sobre seus relacionamentos com outras personagens”. Essa frase é de Stephen Koch, professor de Redação Criativa e autor do livro Oficina de Escritores – um manual para a arte da ficção, livro que recomendo pela forma original com que aborda a criação literária e apresenta ideias motivadoras para sair da zona de conforto e começar a escrever. Você pode encontrá-lo aqui.
No caso do Mickey, o que vemos é o personagem sendo apresentado a nós por meio da relação que desenvolve com cada um da turma. Uma das regras da criação de personagens em ficção é: não diga como ele é, mostre como ele é. Pois em vez de Disney nos dizer quem é Mickey, ele nos mostra quem é o Mickey-namorado da Minnie, o Mickey-amigo do Pateta, o Mickey-dono do Pluto, o Mickey-inimigo do Mancha Negra, o Mickey-compranheiro de aventuras galácticas do Esquálidus, e assim por diante. Amigos, grupos, turmas, são uma ótima forma de situar seu personagem num contexto de relações humanas, no qual ele pode mostrar suas diversas características, seus pontos fortes e também suas fraquezas.
Qual outro personagem de sucesso e popularidades similares ao Mickey você conhece?
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