Escrever nem sempre é um processo fácil. Não basta ter uma ideia sensacional, é preciso saber como transformá-la em uma narrativa envolvente. É aí que realmente começa o trabalho de criação. Mas, às vezes, acabamos esquecendo de algumas dicas essenciais que otimizam o processo de escrever um livro. É sobre elas que vou falar neste artigo.
6 dicas essenciais para colocar em prática
Assim como qualquer outra atividade, escrever pressupõe a adoção de certos métodos e práticas. Em vez de pensar que existe um momento mágico em que a inspiração brotará e o texto simplesmente aparecerá pronto à sua frente, veja a criação de um livro como realmente é: muita dedicação e esforço, aplicação de determinadas ferramentas e estruturas narrativas e adoção de hábitos que ajudam a viabilizar o seu trabalho.
Alguns desses hábitos podem parecer óbvios demais, mas é justamente nas pequenas coisas que acabamos nos perdendo, deixando de lado certas atitudes que influenciam o processo como um todo. Pensando nisso, separei 6 dicas essenciais para escrever um livro, mas quem nem sempre são levadas em conta.
1. Desconecte-se
Parece contraditório falar em desconectar-se em um mundo cada vez mais conectado. Tornamo-nos multifunções, realizando várias tarefas ao mesmo tempo, respondendo a emails, comentando em uma rede social, publicando em um microblogging, assistindo a algum vídeo online… tudo isso ao mesmo tempo em que realizamos nosso trabalho.
Apesar de fazerem parte da nossa vida, todo esse movimento online acaba por dispersar-nos. Perdemos o foco do que estamos fazendo a cada vez que chega uma nova mensagem no celular ou queremos saber como anda a visualização do nosso post mais recente. E, quando estamos falando de escrever um livro, o resultado é que o processo criativo vê-se interrompido e há uma demora natural em retomá-lo.
Por isso a primeira das dicas essenciais é: desconecte-se. Coloque o celular para vibrar, feche as abas do Facebook, Twitter, Google+, Youtube e qualquer outra plataforma que você costuma acessar. Concentre-se no seu texto. E somente nele. Na hora em que resolver tirar uma pausa, conecte-se por um momento e veja o que está acontecendo no mundo. Mas quando voltar para o texto, torne a desconectar-se.
2. Tenha uma meta
É difícil chegar a algum lugar quando não se sabe aonde quer-se chegar. É preciso estabelecer uma marca e mantê-la em foco, como um velocista que corre em direção à linha de chegada – e ao recorde.
Você pode trabalhar com diferentes metas, cada uma atendendo a um propósito. Meta diária, meta semanal e meta mensal, por exemplo. É o hábito da escrita que faz um escritor de fato. E suas metas não precisam ser grandiosas. Quanto mais próximas de serem alcançadas, mais chances de você as alcançá-las.
Sua meta diária pode ser uma página, por exemplo. Convenhamos que isso não é nada extravagante. Há quem prefira contar por palavras, e 500 delas costuma ser um número bastante aceito. Nos dias em que a criação estiver fluindo melhor, você irá superar em muito a sua meta; nos outros dias, terá pelo menos mantida ativa a sua escrita.
3. Faça um esboço
A terceira das dicas essenciais é considerada por muitos como perda de tempo, preferindo escrever logo um texto que consideram acabado. No entanto, produzir um esboço tem suas vantagens e, ao contrário do que possa parecer, acaba agilizando o processo.
Fazer um esboço do seu livro significa colocar em palavras a sua ideia. Transformar algo abstrato em um texto, dar forma à sua história, entender o que tem em mãos. O objetivo aqui é escrever, escrever e escrever, sem se preocupar ainda com estilo e correções. Os perfeccionistas têm dificuldade em trabalhar dessa forma, pois precisam ver o texto já em sua forma final, voltando inúmeras vezes para corrigir ou alterar determinadas passagens. Mas isso interrompe o fluxo da história.
Quebre o processo criativo em duas etapas: o esboço e o texto final (sem contar as revisões posteriores). No esboço, preocupe-se em definir a narrativa, personagens, cenas, desenvolvimento e desfecho. Seu cérebro entrará nesse processo e o texto fluirá melhor. Quando o esboço estiver pronto, trabalhe-o para chegar ao texto final. Aí, sim, será hora de pensar no estilo que quer impingir ao livro. Essa não é mais a hora de se preocupar com a história, mas com a forma do texto. Você verá como, em ambas as partes, a produção acontecerá de forma mais eficiente.
4. Busque um retorno
Estranho quando ouço um escritor dizer que escreve apenas para si. É claro que podemos escrever apenas para externalizar ideias, sentimentos, emoções, com fins catárticos, mas nesse caso a intenção não é seguir carreira na literatura. Se você opta ser escritor é porque quer ser lido pelos demais, quer que suas histórias alcancem as pessoas e provoque algo nelas.
Mas como saber, antes de ter o livro publicado, que estamos conseguindo tocar as pessoas com nosso texto? Uma boa ideia é buscar algum retorno antes mesmo de submeter às editoras. O ímpeto inicial é mostrar para pai e mãe. É claro que é sempre uma boa ideia começar por eles, mas há uma grande probabilidade de que eles achem o máximo tudo o que você fizer.
Busque retorno sobre seu texto em pessoas que não hesitarão em serem sinceras com você. Se conseguir alguém da área, melhor. Há serviços especializados de leitura crítica que fazem uma análise do texto e apontam pontos fortes, pontos fracos, problemas e vantagens do seu trabalho. Mas, na falta deles, peça a alguns amigos para darem uma opinião sincera sobre o que escreveu.
5. Tome notas
Nunca confie na sua memória. Esse é um mantra que você deve carregar consigo e repeti-lo sempre que aparecer a falsa ilusão de que, com certeza, você se lembrará daquela ideia incrível – afinal, ela é incrível demais para ser esquecida. Acredite em mim: qualquer ideia é passível de ser esquecida. Até a mais incrível delas.
Ideias para novos livros ou soluções para aquela cena que você não consegue terminar podem surgir a qualquer momento: caminhando na rua, dirigindo ou até mesmo dormindo.
Falo por experiência própria: não foi uma nem duas ideias que perdi até adotar o hábito de anotá-las. Por vezes, empacamos em uma determinada passagem do texto e não ficamos satisfeitos com o modo como a desenvolvemos. De repente, no meio do banho (aliás, um ótimo lugar para ter ideias, já que não há muitas distrações ao redor), surge a solução perfeita.
Algumas atitudes ajudam a viabilizar esse hábito. Manter um bloquinho e uma caneta na mesinha de cabeceira, por exemplo. Você não vai querer levantar-se para procurar papel no meio da noite, quando acordar com a ideia para o livro da sua vida. E, na manhã seguinte, quando não restar mais resquício algum dela em sua mente, você irá se odiar por não ter acreditado em mim. Outra dessas dicas essenciais é usar o gravador do celular, muito comum nos modelos atuais, para tomar nota da sua ideia quando não puder escrevê-la – dirigindo ou caminhando, por exemplo.
6. Leia livros para ter novas ideias
A sexta das dicas essenciais costuma ser controversa. Há escritores que, quando estão no processo de criação de um novo livro, evitam ler obras de outros autores para não deixarem-se influenciar por personagens ou eventos da história. Outros, entretanto, consideram essa leitura uma espécie de alimentação da criatividade. Eu me encontro no segundo grupo.
Não se iluda: tudo o que escrevemos vem de referências que acumulamos em nossa vida. Isso não significa que, ao escrevermos um texto, estamos plagiando alguém. Significa que absorvemos essas referências, desde a infância, as processamos e devolvemos-nas com a marca da nossa criatividade.
Portanto, ler outros livros durante o processo criativo de uma obra é uma maneira de continuarmos alimentados. Isso não quer dizer que iremos copiar algo que julgamos genial, mas que saber como outros autores resolvem suas questões pode ajudar-nos a desenvolver nossas próprias soluções.
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