Pode ser que você não tenha parado para pensar em como os anúncios que vê na televisão ou no jornal são feitos, mas certamente já foi fisgado por muitos deles. E por quê? Certamente não foi porque eles começavam falando sobre há quanto tempo existe a empresa ou quem é o presidente, nem mesmo listando todos os componentes do produto ou como ele foi produzido. Os anúncios que nos conquistam são aqueles que, logo de cara, “anunciam” o que vem a seguir de forma atraente. O mesmo vale para as histórias, por isso hoje trouxe pra vocês três maneiras de conquistar o leitor no início do livro.
Imagine a abertura de um livro como um anúncio do que vem a seguir. Queremos que o leitor não apenas comece a ler a história mas que chegue ao final dela, por isso criar o interesse pelo que está por vir é essencial. Muitos autores, na verdade, prolongam o que deveria ser a abertura, e o “anúncio” aparece muito tarde livro, tão tarde que talvez o leitor já tenha abandonado a leitura. Nem houve chance de ele ser fisgado. Existem alguns truques que ajudam a criar essa atmosfera de interesse e conquistar o leitor para que ele permaneça conosco até o fim.
1. Abrindo com um incidente para conquistar o leitor
Toda boa história tem em seu plot um incidente chave. É ele que vai guiar a narrativa. É por causa dele que o personagem principal irá se mover e, daí, haverá história. E é sobre ele que os leitores querem saber. Então coloque o seu incidente logo no início do texto, afinal é ele que irá conquistar o leitor e mantê-lo interessando na obra.
[pullquote]Era um verão estranho e opressivo, aquele em que eletrocutaram os Rosenberg, e eu não sabia o que estava fazendo em Nova Yor. – A redoma de vidro, de Sylvia Plath[/pullquote] Reparem na abertura que Sylvia Plath faz para o livro A redoma de vidro, ao lado. De cara já somos surpreendidos pelo fato de uma família inteira ter sido eletrocutada, embora não saibamos como a situação chegou a tal ponto. E é isso que vamos descobrir ao longo da história. Fora o fato de que o próprio narrador – que pode ou não ter presenciado o fato, não sabemos, está meio perdido, sem entender o que fazia na cidade.
[pullquote]Alguém devia ter contado mentiras a respeito de Joseph K., pois, não tendo feito nada de condenável, uma bela manhã foi preso – O processo, de Franz Kafka[/pullquote]Da mesma forma, Kafka começou O processo com a sentença ao lado, que nos dá duas pistas sobre a história. A primeira é que Joseph K. foi preso. A segunda é que, aparentemente, não haveria motivo para ele ter sido preso, logo alguém deve ter tentado incriminá-lo. Mas quem? E por quê? Vamos ler a história para saber.
2. Introduza um conflito emocional
È a emoção que nos fisga para uma história, e isso não é diferente na abertura. Faça o leitor se surpreender, ficar com raiva, ter medo de algo, temeroso, alegrar-se, espantar-se, faça-o envolver-se emocionalmente de alguma forma. A emoção está ligada aos personagens, por isso coloque-os em cena para que o leitor possa se afeiçoar e se importar com eles. Crie uma identificação: muitas vezes o drama sofrido pelo personagem é também o do leitor, ou de alguém conhecido, ou no mínimo faz com que ele se solidarize com a situação.
[pullquote]Amerigo Bonaser, sentado na Terceira Corte Criminal de Nova York, esperava justiça; vingança contra os homens que tão cruelmente maltrataram sua filha, que procuraram desonrá-la – O poderoso chefão, de Mário Puzo[/pullquote] A abertura de O poderoso de chefão nos fornece perfeitamente o clima que ronda todo o romance: vingança, poder, crimes… E começa justamente com uma cena criada para emocionar. É difícil não conquistar o leitor, que se solidarize com aquele pai que quer vingança pelos mal tratos sofridos por sua filha, numa época em que a honra era lavada a sangue.
3. Encantar e conquistar o leitor
Pode ser que sua história não tenha um mistério nem um conflito dramático, mas mesmo assim é possível encantar e conquistar o leitor logo no início. Imagine algo fora do comum, pouco usual, algo tocante, algo que despertaria a curiosidade. Como o exemplo abaixo.
[pullquote]Numa toca no chão vivia um hobbit. Não uma toca desagradável, suja e úmida, cheia de restos de minhocas e com cheiro de lodo; tampouco uma toca seca, vazia e arenosa, sem nada em que sentar ou o que comer: era a toca de um hobbit, e isso quer dizer conforto – O hobbit, de J. R. R. Tolkien[/pullquote] O que é um hobbit? Quem é esse ser que mora em uma toca mas, ao mesmo tempo, preza pelo conforto e higiene? É isso que nos perguntamos quando lemos a abertura de O hobbit. Tolkien não inseriu nenhum suspense, mas gerou uma enorme curiosidade sobre os seres que criou e que seriam protagonistas de impensáveis aventuras. É uma abertura singela, simples até, mas que cumpre muito bem o seu papel.
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