A arte de contar histórias é milenar e foi responsável pela preservação dos grandes mitos da nossa cultura. Os contos, antes transmitidos oralmente, transformaram-se em literatura com a possibilidade do registro escrito. Mas os contadores de histórias nunca morreram. Mesmo com a palavra escrita, a palavra oral manteve-se viva por meio desses arautos da imaginação. A Zit Editora, visando a estimular a história narrada e a criatividade das crianças, lançou a coleção Contadores de Histórias, com três livros escritos e ilustrados por autores que carregam consigo a missão de espalhar histórias por onde passam.
A coleção começa a encantar já pela capa – ou melhor, pela sobrecapa. É que cada um dos três livros traz uma sobrecapa que transforma-se em um palco, além de personagens para serem recortados e usados no teatro de bonecos. Dessa forma, as crianças transformam-se em pequenos contadores de histórias. Os livros que compõem a coleção são: A rã e o boi, texto e ilustrações de Augusto Pessôa; O lambe-lambe Malaquias, texto de Lenice Gomes e ilustrações de Anielizabeth, e O príncipe Livrepássaro e o reino dos botões, com texto e ilustrações e Marco Andrade.
Conheça os livros da coleção Contadores de Histórias
A rã e o boi, texto e ilustrações de Augusto Pessôa
A rã, figura tão presente nos contos populares, é a personagem principal dessa história de Augusto Pessôa que resgata os elementos clássicos dos contos populares. Os bichos são protagonistas de uma narrativa recheada de elementos visuais, e cuja moral não hesita em aparecer ao final. A esnobe rã acha-se melhor do que os outros bichos: mais bonita, mais forte e assim por diante. Pois não tarda o dia em que, confrontada em sua superioridade, tem de reavaliar seus valores.
Augusto, na sua maestria de contar histórias, empresta à obra muito do dinamismo de sua oralidade. O texto traz a cadência que os contadores de histórias impingem à sua arte, fazendo-nos reviver a ludicidade dos tempos de outrora. “Eu vou enchendo! Eu vou crescendo! Vou tomando muito ar! (…) Eu vou enchendo! Eu vou crescendo! Ninguém vai me segurar!” Ressoando o tom de fábula da prosa, as ilustrações do próprio autor remetem-nos às tantas histórias que ajudaram a criar a identidade do nosso imenso Brasil.
O lambe-lambe Malaquias, texto de Lenice Gomes e ilustraçoes de Anielizabeth
Em tempos de fotografia digital quem ainda se lembra dos outrora onipresentes lambe-lambes? Lenice Gomes resgata essa figura singular de nossa cultura e nos traz uma história que transborda emoção. A singeleza do trabalho do lambe-lambe, que registrou os momentos mais importantes da vida de nossos antepassados, perpassa todo o livro mostrando-nos porque algumas coisas, apesar de fora de uso, são eternas. Malaquias, na sua capacidade de eternizar momentos, encontra Alegra, capaz de transformar momentos com sua simples presença. Imagine o que sairá desse encontro…
Lenice usa de uma prosa lírica para introduzir-nos no mundo de Malaquias. Ela o vê com os olhos do coração, e é dessa forma que passamos a enxergá-lo. “E enquanto o tempo dos cajus não vinha, o lambe-lambe Malaquias deitava embaixo do cajueiro e soltava as rédeas do seu pensamento, imaginando os lugares que gostaria de fotografar: florestas, montanhas, praias distantes.” Malaquias coleciona gestos, risos, movimentos, olhares, gargalhadas, tristeza… Lenice coleciona palavras encantadas com as quais presenteia seus leitores. E Anielizabeth coleciona cores, traços e magia, transformando-os em belíssimas ilustrações que vibram a cada nova página virada.
O príncipe Livrepássaro e o reino dos botões, texto e ilustrações de Marco Andrade
Quem nunca se encantou com histórias de reis, rainhas, príncipes, fadas e reinos distantes? Pois os contadores de histórias carregam uma infinidade delas, cada qual soprando personagens e enredos diferentes. Marco Andrade nos presenteia com um verdadeiro manifesto pela liberdade em forma de encantamento. O príncipe Livrepássaro, refém do excesso de proteção de seu pai, vivia trancado na torre mais alta do reino. Vivendo uma vida solitária, não sabia o que havia ao seu redor. Até que um dia vislumbra o reino lá embaixo, com tudo tão pequenino que mais pareciam botões espalhados. Depois da visita de uma fada, Livrepássaro toma uma decisão que mudará para sempre o seu destino.
Marco utiliza os elementos dos contos de fada para recriar uma história que carrega em si muito mais do que é contado em suas linhas. O texto traz a força das narrativas transformadoras e o transbordamento das leituras que não cabem dentro da gente. São palavras acarinhadas e enlevadas no que temos de mais íntimo: nossos desejos.”O que o rei não sabia é que seu filho crescia com uma dor maior que todas as torres. Livrepássaro tinha dor de solidão e, como amigo, um único livro e esse ele não largava de sua mão.” Com o auxílio de colagens, miçangas, lápis de cor, pérolas, recortes de revista e guardanapo, o autor cria um reino encantado que salta das páginas do livro e nos transforma para sempre.
Leia também a entrevista feita com Augusto Pessôa e Marco Andrade.
Coleção Contadores de Histórias
Zit Editora
A râ e o boi
36 páginas
R$27,90
O lambe-lambe Malaquias
36 páginas
R$27,90
O pássaro Livrepássaro e o reino dos botões
40 páginas
R$27,90
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