Você já submeteu um livro a uma editora ou leitura crítica e, quando recebeu a resposta, havia vários erros apontados naquela que você julgava ser a história perfeita? Desesperador, não? Não! Afinal, o bom é que antes de ser lançado um livro pode ser modificado – e melhorado – à exaustão. Então, que tal identificar aqueles incidentes que dispersam a atenção do leitor antes de enviar o original para avaliação? Neste artigo vou mostrar 3 dos erros mais comuns cometidos na ânsia de enriquecer uma história, apontados por John Yeoman.
Não perca a atenção do leitor
É muito comum o autor pecar pelo excesso, e não pela falta. Incluir elementos desnecessários em uma narrativa e torná-la exagerada, falhando na missão de prender a atenção do leitor. Lembre-se que cortar palavras é uma arte, e produz excelentes resultados. Veja abaixo os 3 erros que costumam sobrecarregar um texto:
1. Muitos personagens com nomes
Existe uma Regra de Ouro que diz não ser aconselhável apresentar mais do que três personagens com nomes em uma mesma cena. Nossa mente, de uma forma geral, não consegue lembrar mais de três nomes ao mesmo tempo. Colocar vários personagens na mesma cena e nomeá-los pode confundir o leitor e fazer com que ele se lembre apenas de alguns – correndo o risco de que ele esqueça justamente o que você gostaria que fosse lembrado.
Uma forma de inserir novos personagens e, ainda assim, manter a atenção do leitor, é dar-lhes rótulos em vez de nomes: o garçom, a dançarina, o engraxate… Ou então emprestar-lhes assinaturas que farão-nos reconhecíveis: o rapaz com uma leve gagueira, a garota cujo perfume enebria quem se aproxima dela, a criança que vive com o nariz escorrendo.
2. Mudança repentina de ponto de vista
O leitor está acompanhando interessadíssimo a sua história, que é narrada a partir do ponto de vista da namorada que foi abandonada no altar. De repente, você decide seguir o ponto de vista de um executivo que acabou de perder o emprego e a mulher ao mesmo tempo. O leitor imediatamente sente-se como se tivesse sido enganado, afinal, o que aconteceu com a pobre moça abandonada pela qual ele já havia se afeiçoado? Como fazer essa transição de pontos de vista sem provocar uma mudança abrupta na narrativa e perder a atenção do leitor?
Faça uso da voz narrativa e deixe claro que fará essa mudança. Algo como: “Neste ponto da história deixaremos por um tempo Clara tentando superar sua dor e focaremos em Gustavo, alguém cuja trajetória muito nos interessa nesse momento”. Dessa forma, o leitor não se sentirá ludibriado, como se sua personagem preferida tivesse sido simplesmente jogada fora.
3. Uma confusão de pequenos detalhes
Aprendemos que fidelidade aos detalhes traz autenticidade à nossa história. No intuito de seguir isso à risca, muitos autores exageram nos pequenos detalhes, naqueles que de tão pequenos tornam-se praticamente insignificantes para o desenrolar da narrativa. O risco, nesse caso, é que o livro se transforme em uma leitura chata e acabe dispersando a atenção do leitor.
O melhor termômetro nesse caso é tentarmos ler a cena com os olhos de nosso leitor. Será que cada um dos detalhes é realmente importante para a história? Eles acrescentam algo à narrativa ou estão apenas enchendo linguiça? Não hesite em cortá-los do texto se achar que o personagem – e sua história – podem viver muito bem sem eles.
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