Gênero que por si só já suscita controvérsias em sua definição, a ficção científica engloba uma série de características e sub-gêneros que aumentam ainda mais o seu grau de complexidade. A premissa considerada fundamental para caracterizá-la seria a presença de alguma forma de ciência na trama, mas a partir daí costuma haver divergência sobre que elementos são imprescindíveis para que uma história receba tal rótulo.
Apesar disso, é possível identificar alguns princípios constitutivos do gênero, dentre os quais: a dissociação de algum elemento da história em relação à realidade do leitor (seja um elemento tecnológico ou metafísico), o foco no progresso científico, a observância das regras da ciência e a presença de elementos tais como alienígenas, viagem no tempo, cenário futurista, história alternativa, viagem espacial e a exploração de assuntos culturais dentro de um cenário sci-fi.
Mas a discussão se aprofunda à medida que vão sendo identificados vários sub-gêneros, cada qual com seu próprio estilo e temas distintos. Para tentar clarear um pouco, veremos a seguir os sub-gêneros mais populares.
Sub-gêneros mais populares da ficção científica
Apocalíptico e pós-apocalíptico – são as histórias focadas no fim do mundo. Costuma haver um grande acidente ou holocausto que devasta o planeta: esse é o ponto de partida desse tipo de narrativa.
Ciberpunk – tem lugar em um cenário high-tech, repleto de computadores, hackers e híbridos de computadores/homens. Nessas histórias os homens passam grande parte do tempo em um ambiente virtual, como é o caso de Matrix.
Comédia – o humor é o elemento principal deste sub-gênero da ficção científica. Além de poder constituir um sub-gênero próprio, também pode estar incutido em algum dos demais. Um bom exemplo é o Guia do Mochileiro das Galáxias, de Douglas Adams.
Distopia – a ficção distópica costuma retratar um estado policial e de repressão política, no qual as liberdades foram limitadas e a moral, pervertida. É o oposto da sociedade utópica e tem entre seus ícones 1984, de George Orwell.
Ficção científica hard – neste caso a narrativa é guiada muito mais por ideias do que por caracterização de personagens e conflitos. O autor deve ter algum conhecimento de princípios científicos para se aventurar nesse sub-gênero, já que a tecnologia tem papel central na trama.
Ficção científica soft – já aqui a tecnologia cede o centro do palco para as histórias centradas em personagens. O mais importante não é o como a tecnologia funciona, mas como ela afeta as pessoas. A ênfase está nas interações e nas mudanças sociais e psicológicas que suscitam.
Ficção robótica – como o próprio nome sugere, são as histórias em que os robôs desempenham papel central, bem como os princípios da robótica. Esse é um tema tipicamente relacionado a Isaac Asimov.
Horror – temos aqui uma ficção científica que extrapola a fronteira das histórias de horror. Sua história mais conhecida talvez seja a franquia Aliens.
Primeiro contato – essas são as histórias que narram o primeiro contato entre homens e alienígenas, podendo variar dos contos de invasão às narrativas que mostram visitas amigáveis de aliens que detêm o segredo de avanços tecnológicos.
Space opera – as narrativas desenvolvidas dentro deste sub-gênero têm lugar no espaço ou em um planeta distante. Sua trama pode ser comparada à do gênero western, no qual mocinhos lutam contra bandidos (que podem ser alienígenas, robôs ou humanos) e as explicações técnicas costumam ser vagas e de pouca importância. Um bom exemplo é a saga Star Wars.
Steampunk – este é um sub-gênero no qual a ficção científica se funde com a história alternativa e a estética do século XIX e início do século XX. O foco é a introdução de conceitos futuristas em um cenário anterior, mais especificamente a era do vapor.
Viagem no tempo – popularizado por H. G. Wells e seu A máquina do tempo, já dá pra saber sobre o que trata este sub-gênero. Basicamente, personagens viajam para o passado ou futuro, ou recebem a visita de viajantes vindos de ambos os tempos.
Essa relação não é, de forma alguma, conclusiva, mas serve para mostrar a riqueza – muitas vezes desconhecida – da ficção científica. Da mesma forma, as fronteiras dos sub-gêneros não são tão estanques quanto podem parecer. É muito comum encontrarmos obras que abarcam características de dois ou mais sub-gêneros. Ou seja, um universo realmente extenso para explorar.
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