Assim como na vida real uma pessoa conhece a outra a partir de seu discurso e seu comportamento, o leitor conhece os personagens da mesma maneira. Por isso, a primeira regra é: faça o seu diálogo soar real e autêntico. Ele tem o ritmo e o andamento adequados? No caso de diálogos para crianças, é preciso prestar muita atenção à forma como elas se expressam.
Crianças usam sentenças curtas e linguagem simples quando falam. Para convencê-las com os diálogos, é preciso falar como elas falam. O pequeno leitor quer diálogos fáceis, divertidos e que não representem um fardo, algo tortuoso de ser encarado. Mas isso não significa ser condenscendente e tirar-lhe a oportunidade de aprender palavras novas.
Se na sua história duas crianças estão conversando, tente dar a elas diferentes padrões de diálogo e expressões favoritas. Nos diálogos para crianças você pode incluir alguns gestos que pontuem o diálogo e reflitam as emoções do personagem. Ele está com medo? Com raiva? Mostre isso por meio da conversa que estão tendo. Os leitores devem ser capazes de ouvir o que estão lendo.
Dicas para incrementar diálogos para crianças
1. Ouça como as crianças ao seu redor falam: as coisas que as interessam, a cadência, como pontuam as frases com movimento. Outra boa forma de captar a essência dos diálogos para crianças é assistir a desenhos ou filmes e prestar atenção a como os personagens se manifestam.
2. Acostume-se a cortar palavras e frases desnecessárias. Diálogos para crianças devem fluir livremente, sem soar forçado. Não tente empurrar a contação da história para dentro dos diálogos. Certos elementos pertencem à narração e não devem fazer parte da conversa.
3. Leia em voz alta os diálogos que escreveu, só assim você perceberá se estão funcionando ou não. Melhor ainda: leia-os para uma criança e pergunte como ela se sentiu em relação a eles.
4. Pontue os diálogos corretamente. Diálogos precisam estar corretamente marcados e pontuados ao longo da narrativa, senão perdem completamente a sua força.
5. Não explique demais em torno do diálogo. Não é necessário dizer: “Ela disse dramaticamente” se as palavras usadas pela personagem já passam o sentido de drama. Use as palavras certas para dizer o que você quer e não será necessário explicar.
6. Não coloque nos diálogos algum adulto falando à criança sobre os méritos ou consequências do seu comportamento – a menos que queira retratá-lo como pomposo ou arrogante. Crianças já recebem lições de moral suficientes na vida real e irão largar um livro que queira fazer a mesma coisa em vez de diverti-la. A história será mais efetiva se o pequeno leitor perceber as consequências das ações do protagonista a partir de suas próprias conclusões.
Esse post faz parte da série Criança na Literatura, em comemoração ao mês da criança. Perdeu os posts anteriores? Siga os links:
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[4] Leia para uma criança: Itaú distribui livros infantis
[5] Sete cartas de outro planeta chegam à Terra
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