Uma casa sendo vendida por um preço muito baixo, um garoto que trabalha à noite porque dorme durante o dia, uma sala mantida trancada, um lugar amedrontador demais que ninguém na comunidade visita após o escurecer… você deve estar reconhecendo alguns desses clichês. São situações típicas utilizadas em uma história de terror. São inúmeras as teorias criadas para explicar por que livros desse gênero exercem um fascínio tão grande sobre os leitores. Duvida? Então dê uma olhada na extensão da obra e na vendagem de um autor como Stephen King. Mesmo que você não tenha lida nenhum livro de dele, é bem provável que já tenha visto algum filme baseado em uma de suas histórias, tantas foram as adaptações para o cinema.
Aliás, o próprio King forneceu uma interessante descrição sobre os tipos de terror existentes na literatura. Segundo ele, há três tipos de terror. “O Repugnante, a visão de várias cabeças descendo rolando uma escada, é quando as luzes apagam e uma gosma verde cai no seu braço. O Horror, o sobrenatural, aranhas do tamanho de ursos, mortos se levantando e caminhando por aí, é quando as luzes se apagam e alguma coisa com garras puxa seu braço. E o último e pior deles: O Terror, é quando você chega em casa e nota que tudo que você tinha sumiu e foi substituído por um substituto exato. É quando as luzes se apagam e você sente alguém atrás de você, você escuta que tem alguém atras de você, você até mesmo sente a respiração de alguém atrás da sua orelha, mas quando você olha para trás… não tem nada…”.
Para escrever uma história de terror
Por mais que já nos acostumamos a ser aterrorizados por livros e filmes do gênero, quando passamos para o outro lado e pretendemos escrever uma história de terror há algumas coisas que precisamos saber antes de iniciarmos essa aventura. Veja abaixo três delas:
1. Quanto mais real, mais assustador.
Se o objetivo de uma história de terror é aterrorizar o leitor – e é por isso que ele decidiu ler aquele livro específico – então é preciso que ele se sinta à mercê do que encontrará na leitura. Em outras palavras: o que acontece na história poderia acontecer com ele também. Então, quanto mais elementos conhecidos e familiares ao leitor, mais ele se sentirá vulnerável e aterrorizado, pois sente que não está a salvo do lado de cá do livro.
Esse é o motivo pelo qual filmes found footage se tornaram tão populares nos últimos anos. Found footage é um gênero de filme surgido na década de 1980 que procura se assemelhar a um documentário, pegando emprestado desse uma certa “veracidade”, o que aumenta o terror. O filme que popularizou o gênero foi A bruxa de Blair, filmado com uma filmadora simples para mimetizar uma filmagem caseira e, portanto, verídica. Transfira isso para a literatura e pense em como uma história de terror poderia ser escrita em forma de relato verídico e, portanto, de maior impacto.
2. Não dá para fugir dos clichês. Mas dá para reinventá-los.
Muitas pessoas reclamam que não há nada novo no terror, são sempre as mesmas histórias, os mesmos clichês. Não deixa de ser verdade, ninguém vai de fato descobrir a pólvora. Mas o que essas pessoas esquecem é que essas histórias continuam sendo tão populares porque tratam de temas inerentes à natureza humana, medos que ultrapassam gerações, temores que jamais deixam de assombrar o ser humano.
Por exemplo, o desejo que se torna realidade e se mostra tão mais terrível do que havia sido desejado é a base de muitas histórias de terror. No entanto, ao olharmos para elas mais atentamente, veremos o quão diferem-se uma da outra. Isso porque cada autor impingiu-lhe sua própria visão do que é aterrorizante, emprestou-lhe seus próprios medos e criou um universo próprio de medo e tensão. É preciso ler muito do gênero e, algumas vezes, tende-se a seguir alguns exemplos do autor que se admira. Mas, em meio a isso tudo, o fundamental é descobrir a sua própria voz, o que o deixa realmente perturbado.
3. O mal precisa estar personificado na sua história
O tema do “mal” é comum nas histórias de terror. Mas ele por si só não se sustenta. Onde muitos autores falham é justamente em não personificá-lo dentro da narrativa. Dizer simplesmente que determinado personagem agiu como agiu porque o mal exerceu influência sobre ele, sem maiores explicações, é arranjar uma desculpa para a história, não um plot.
O mal precisa estar personificado em algo que faz parte da história: uma pessoa, um objeto, uma situação. Ele deve manifestar-se em algo que seja inesperado, para o qual não há prevenções. Quanto de sofrimento ele pode causar, que tipo de danos inflige às suas vítimas? Evite o que parece mais fácil porque já foi amplamente utilizado. Por exemplo: muitos escritores criam crianças que são más simplesmente porque são crianças, sem nenhum outro motivo plausível que justifique suas ações. Crie algo com que você se envolva e que se sentiria, de fato, aterrorizado.
Livros de terror
O terror tem, cada vez mais, ocupado espaço nas prateleiras das livrarias. As editoras, acompanhando o interesse pelo gênero, têm lançado opções para todos os gostos: dos clássicos a novos autores, tem para todos os gostos.
Uma das editoras que vem chamando mais atenção quando se trata de livros de terror é a DarkSide Books, uma editora relativamente nova que vem chamando atenção não só pelos lançamentos que traz para o Brasil como também pelas edições caprichadíssimas, com capa dura, ilustrações e outros cuidados que valorizam ainda mais as suas diversas coleções. Recentemente ela anunciou uma nova coleção chamada Medo Clássico, na qual publicará obras de Mary Shelley, Edgar Allan Poe e H.P. Lovecraft. Outros livros já fazem parte do seu catálogo de terror, como é o caso de Menina Má (romance de 1954 que influenciou não só a literatura como o cinema e inspirou personagens como Chucky, Anabelle e Samara), A noiva fantasma (que traz o tema do amor sobrenatural) e Onde cantam os pássaros (uma história instigante sobre o poder que o medo exerce sobre nós e sobre a qual fiz essa resenha). A editora também investe em obras que foram adaptadas para o cinema, como Donnie Darko (que deu origem ao filme de mesmo nome), Exorcismo (que deu origem ao filme O exorcista) e Hellraiser (também do filme de mesmo nome).
A Nova Fronteira é outra que aposta nos clássicos para atrair leitores. O box Mestres do Terror traz três livros essenciais em qualquer biblioteca do gênero: Drácula, de Bram Stoker; Frankenstein, de Mary Shelley, e O médico e o monstro, de Roberto Louis Stevenson.
Já a caixa Especial Horror da L&PM inclui cinco clássicos: além dos três presentes no box da Nova Fronteira, Contos de fantasma, de Daniel Dafoe, e A tumba, de H.P. Lovecraft, um mestre do gênero.
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