Histórias são sobre personagens. São eles que cativam o leitor, que o motivam a continuar a leitura. O leitor segue lendo porque quer saber o que acontece com eles ao final. Para isso, o protagonista precisa ser confrontado com algo adverso, alguma pessoa ou situação que o coloque em risco (seja material ou emocional).
Os livros têm múltiplas funções, entre elas, servir como inspiração para os leitores. Logo, se um personagem é capaz de vencer as adversidades e triunfar no final, em um missão perigosíssima, o leitor sente que ele também é capaz de triunfar em sua missão, um tanto quanto mais mundana. Se for muito fácil, provavelmente ele considerará o personagem como alguém de sorte, já que “na vida real as coisas são bem mais difíceis”. É muito mais fácil nos simpatizarmos com quem luta, se esforça e sofre para para conseguir algo do que com quem recebe tudo de mão beijada.
As narrativas ficcionais precisam trazer personagens verossímeis e atraentes. A jornada de cada um deve representar as emoções que esperamos vivenciar nas histórias que lemos, para isso o protagonista deve ter um desejo externo – que é aquilo que ele expõe, que ele diz que quer – e uma necessidade interna – algo que ele não sabe ou não aceita que precisa. É como se fossem duas histórias caminhando paralelamente (alguns chamam de história A e história B). O desejo externo é o que ele persegue abertamente e encontra obstáculos para aceitar; a necessidade interna é o que ele reluta em aceitar que precisa para a sua vida, até que algo acontece e ele finalmente aceita.
Personagens precisam encontrar obstáculos, principalmente o protagonista, já que ele não pode terminar a história da mesma forma que começou, é preciso haver uma transformação – para o bem ou para o mal. Histórias representam uma transformação dos personagens. Mesmo que haja outros elementos fortes na narrativa, o principal é a mudança que os fatos provocam no protagonista. Personagens que conseguem muito facilmente o que desejam não envolvem o leitor, parecem muito fora da realidade.
Mas o leitor só vai se interessar em saber mais detalhes sobre os personagens se ele já estiver interessado neles. Para que perder tempo com um personagem que sequer tem empatia por ele? Descrições que antecedem a ação são cansativas afinal, para que saber tanto sobre alguém que não conhecemos. O leitor ainda não tem motivos para se interessar pela história pregressa de alguém que ele sequer sabe se vai ser interessante. Inverta a ordem: mostre o personagem em ação, deixe que o leitor o conheça e crie empatia por ele antes de desfiar uma série de descrições que retardam o ritmo da narrativa.
Seus personagens passam por muitas dificuldades? Conte pra gente.
ESCREVA HISTÓRIAS INESQUECÍVEIS
BAIXE AGORA GRATUITAMENTE A FERRAMENTA INDISPENSÁVEL PARA QUEM QUER FISGAR O LEITOR DO INÍCIO AO FIM